Brasil tem carro popular mais caro do BRIC
Modelo mais barato vendido em nosso mercado só perde para o Canadá e Estados Unidos, segundo levantamento de consultoria
Já é público e notório que o carro no Brasil é absurdamente caro, mas até entre os países do BRIC, o bloco que reúne as maiores nações emergentes, o preço do automóvel aqui supera com margem o de Rússia, China e Índia. É o que constatou um levantamento realizado pela consultoria Jato Dynamics.
O modelo mais barato vendido em território nacional é o Chery QQ, subcompacto importado da China e que terá a nova geração produzida no Brasil em breve. Ele sai por R$ 22.990 com motor 1.1 e um bom pacote de itens. Mas, se você estiver na Rússia e quiser levar para casa o veículo mais em conta do país, economizará R$ 7,7 mil – lá o Daewoo Matiz, um ‘parente’ do QQ, custa R$ 15,2 mil.
Mas nada se compara aos outros dois países do BRIC. China e Índia têm produtos que no Brasil custam o preço de uma moto simples. Os chineses, por exemplo, gastam R$ 7,6 mil para ter um Jiangnan TT, um antigo compacto que, é verdade, não traz quase nenhum item de série. Já a Índia é famosa por ser o mercado do Tata Nano, o carro mais barato do mundo e que custa, numa conversão simples, o equivalente a R$ 5,2 mil.
Ou seja, com um QQ no Brasil é possível comprar quatro Nanos. É verdade que esses modelos não são populares em nenhum desses países, cujo público hoje é mais exigente. Mas mesmo se compararmos nosso país com outros desenvolvidos a situação não é muito animadora. Apenas Canadá e Estados Unidos têm modelos mais caros, porém, bem mais modernos – ambos da Nissan, o Versa (EUA) e o March (Canadá).
Longe dos vizinhos
Em mercados mais ricos como Inglaterra, Alemanha, Japão e Coreia, comprar um automóvel custa bem menos. Na Europa, o modelo acessível é o Sandero, mas lá vendido pela Dacia. A Coreia vende o Chevrolet Spark por cerca de R$ 20 mil e o Japão, um dos seus ‘kei cars’ (modelos urbanos de tamanho reduzido) por R$ 16,5 mil.
Mas não precisamos ir muito longe. Mesmo diante de países como México e Chile, o Brasil fica bem para trás. O primeiro vende uma versão antiga do Matiz por R$ 16,3 mil, já o Chile tem uma versão pouco diferente do nosso QQ (o iQ) que custa R$ 13,6 mil.
Em resumo, independentemente do câmbio, o fato é que o carro vendido no Brasil é pouco acessível, seja comparado a países desenvolvidos, vizinhos ou nossos ‘colegas’ do BRIC.
Fonte: IG
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